100. Portugal amanhã

Obrigado Sr. Presidente por mais esta oportunidade. Obrigado Bernardo pela persistencia e empenho que mantemos neste grupo. Obrigado sra. ministra pela sua presença.

“Não basta ter informação, é preciso saber o que fazer com ela” A frase é de Mário Sergio Cortella a propósito do papel fundamental da ciência no desenvolvimento de qualquer nação que pretenda dar aos seus cidadãos uma vida melhor. “É evidente que o acesso ao conhecimento científico eleva a condição geral de uma sociedade porque aumenta o seu repertório de soluções”

O importante é saber o que é importante. E quando avaliamos o contexto social dos portugueses,numa Europa em guerra, a ter de pensar em investimentos em defesa e segurança nacionais, em manter cadeias alimentares, de energia e infra-estruturas críticas, depois de mais uma época de incêndios devastadores, numa economia endividada, em que o litro de leite custa 50 cêntimos ao produtor, e o sistema nacional de saúde fecha serviços, observamos um país extremamente dependente de capital externo, com uma base económico-social débil, que compromete o sonho de um futuro melhor.

Temos casos de sucesso a nível internacional, mas não temos um modelo português de inovação ou uma estratégia central para o empreededorismo em Portugal, apesar do esforço das Asscociações, da Academia e dos apoios que actualmente são disponibilizados. Faltam as pessoas , a ambição, a competência, as equipas e as estruturas societais disponíveis.

A economia portuguesa tem 5 milhões de inscritos na segurança social, com uma fatia crescente de trabalhadores imigrantes, mas não tem uma estratégia para o mercado de trabalho interno, para uma população que continua a envelhecer e a prejudicar os extremos do ciclo da vida profissional activa.

Continua urgente para o país uma definição clara e estruturada de uma política de desenvolvimento social voltada para o desenvolvimento humano, para o trabalho, assente no conhecimento institucional que a economia portuguesa tem sobre si própria.

É possível Portugal concentrar a sua política de desenvolvimento económico-social em 3 eixos integrados. O primeiro: a segurança social, com uma fotografia clara das necessidades, prioridades e mecanismos disponíveis para apoiar a população (na prática a sociedade não entende nem a política de gestão da instituição, nem os instrumentos de apoio, e quando existem, só servem uma minoria qulificada sabe Deus a que custo). O segundo eixo: a Autoridade Tributária, com inteligência dos dados dos comportamentos sociais dos portugueses, por actividade económica, por nível de rendimento, por agregado familiar e por receita fiscal (temos todos de fazer um esforço para que a AT não seja conhecida e reconhecida pelos impostos que cobra, mas sim pelos apoios sociais que distribui e incentivos fiscais que disponibiliza). O terceiro eixo: o Banco de Portugal, com uma imagem clara de quais os mecanismos de financiamento, capazes de gerar confiança quer nas instituições anteriores, quer nas franjas mais necessitadas da poulação – todos sabemos quem são estas famílias e empresas, afinal somos uma país pequeno, gerido por muito poucas pessoas e por um governo que faz da política um jogo de interesses pessoais, cada vez mais separados das necessidades reais dos portugueses.

Em 2030 a concorrência aos mecanismos de financiamento da Europa terão o seu percurso natural em todos os sectores da actividade nacional, via PRR ou outros nomes mais ou menos engraçados que possam surgir… Contudo falharmos na definição e controlo de uma política social de curto prazo para famílias e empresas compromete o futuro de Portugal, no curto prazo e já em 2023. O tempo não vai deixar de se consumir em argumentos, teses e opiniões.

Precisamos de acção rápida, direção, união e persistência para se poderem analisar resultados de acções e iniciativas concretas. Mais do que argumentos e reflexões sectoriais, precisamos de debater aquilo que de facto consideramos prioritário para ajudar o país a desenvolver a sociedade portuguesa através dos seus cidadãos.

O Sr. Presidente e o Bernardo já sabem, onde nós, individualmente, poderemos ser peças mais ou menos importantes na definição e implementação de um caminho conjunto em nome de Portugal. 

Contem comigo.

Obrigado a esta verdadeira equipa que manteve intactos os princípios, os valores e objectivos pelos quais foi formada e desenvolvida.

Publicado por Ricardo A.

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