76. Estou a escrever!

Todos, sem excepção, vivemos na mesma vida, no mesmo espaço universal pelo menos. Todos, com algumas excepções, vivemos, quase exactamente, os mesmos desafios humanos, à medida que vamos crescendo, aprendendo a movimentar-nos, a respirar, a comer, a descansar e a relacionar-nos. Todos, sem muitas excepções, copiamos mentalmente primeiro e depois bio mecânicamente o que vemos outros humanos a fazer. Sempre foi assim, assim será no futuro, sobretudo nos primeiros anos de vida onde as dependências relacionais e sociais são insconscientes. Nos primeiros anos de vida, lutamos pela nossa independência física, mental, emocional, financeira, laboral, intelectal, espacial, etc, até sentirmos que podemos e devemos tomar decisões mais responsáveis e adequadas a cada situação e idade.

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A palavra responsabilidade tem muito que explorar, mas não deixa de ser um exemplo do tipo de escrita que vai encontrar a cada palavra, frases e páginas que dão conteúdo a este livro. Apren.dar é uma brincadeira com a palavra aprender que permite pensarmos em conjunto sobre muitas matérias divergentes que convergem num verbo despido de contexto, mas com subjectividade suficiente para iniciarmos uma viagem para a terra do nunca, usurpando a expressão do Capitão Jake quando guerreava com os piratas que pertenciam a essa fabulosa terra… Este é um livro demasiado sério, de acordo com a personalidade do seu autor, mas não é determinístico, independentemente de algumas afirmações demasiado cruas e frontais que o texto pode conter.

Por isso agarre-se ao livro, e descubra comigo uma terra, ou um planeta por explorar e onde por sorte e acaso sincronamente habitamos. A orientação das minhas percepções e análises enquanto observador serão sempre directamente proporcionais às do próprio leitor, com as suas experiências, motivações e contextos de vida. Com a escrita do livro apenas pretendo publicar uma percepção humana de um mundo que parece ir perdendo as memórias da vida mais biológica e social em detrimento da vida mais autónoma, automata e avatar. Esta vida artificial que parece ter chegado inevitavelmente e inconscientemente já nos transformou a todos de forma síncrona. Pelo menos todos aqueles que consomem e acedem a informação muito filtrada a ritmos elevados, o que lidera o distanciamento de uma determinada realidade, e  promove a criação de outras realidades mais especializadas, mas mais distantes da sociedade.

O digital trouxe a criação de ambientes diferentes, múltiplos em que as percepções humanas perdem as estruturas linguísticas e processuais de um passado muito recente que tem feito aumentar as dificuldades ou os desafios da comunicação entre pais e filhos, entre familiares, entre amigos, entre conhecidos e desconhecidos da net, dependendo de características sociais orientações sociais, sexuais, culturais, religiosas e muitas outras. Hoje, ao contrário de ontem encontramos exactamente a nossa área de interesse, onde encontramos pessoas que se entendem (sem se conhecerem pessoalmente) muito melhor que pessoas que se conhecem há décadas, independentemente da qualidade das relações que poderiam ou não ser estabelecidas noutros contextos. 

Google para organizar informação, Apple para devices e acesso à rede, Facebook para vender, Linkedin para existir profissionalmente, Netflix para ver entretenimento, Amazon para e-commerce e infraestruturas técnicas, Oracle e Microsoft para serviços e bases de dados, TikTok e Instagram para marketing digital e consumo, e-bay para vender velharias, spotify para ouvir música, “Revolutes” para a banca digital, hipermercados online para as compras de casa, etc, etc, etc.

As grandes empresas dominam a informação sobre os seus utilizadores, mas a sociedade tem perdido a capacidade de se relacionar de forma humana e transparente. A família como instituição mudou radicalmente, as relações afectivas perderam longevidade, e as equipas de trabalho ganharam uma velocidade de desintegração que custa às empresas milhões de euros a cada ano. Taxas de natalidade consistentemente baixas e uma maior esperança de vida estão a transformar a forma da pirâmide etária da UE; provavelmente a mudança mais importante será a transição marcada para uma estrutura populacional muito mais antiga, uma evolução que já é visível em vários Estados-Membros da UE.

Como resultado, a proporção de pessoas em idade activa na UE está a diminuir enquanto o número relativo de reformados está a aumentar. A percentagem de pessoas idosas na população total aumentará significativamente nas próximas décadas. Isto, por sua vez, conduzirá a um aumento dos encargos para as pessoas em idade activa, a fim de cobrir as despesas sociais exigidas pelo envelhecimento da população para uma série de serviços relacionados.

A Economia Artificial caracteriza-se pela simplicidade do comportamento social e económico, pela operação instantanea, pela rapidez do desempenho e pela imagem que se sobrepõe ao processo e ao conteúdo. Perdeu interesse “onde” somos e quem nos processa, onde estamos localizados, como consumimos ou o que estamos efectivamente a viver em determinado contexto liderado pela azáfama do trabalho, do horário e da falta de tempo para nós, para a família e para a comunidade.

Perdemos o tempo e o espaço de reflexões importantes que poderiam alterar o desenvolvimento desta e de outras histórias.

O objectivo da escrita deste livro é também antecipar cenários que se acentuaram com a covid.19 enquanto doença global, e permitir a gestores e líderes empresariais utilizar uma abordagem sistémica nas suas organizações, melhorando a análise do contexto das empresas, a interpretação dos movimentos patrimoniais e a identificação de indicadores de gestão críticos na previsão de impactos fortes nas suas contas, caso os mecanismos e as políticas menos liberais não sejam radicalmente revistas.  

Procuro Editor chefe!

Publicado por Ricardo A.

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