Parecem distantes, mas na realidade estão muito mais próximas do que afastadas na sua essência. Estas duas áreas têm feito evoluir o ser humano a um ritmo anormal ou se quisermos muito acelerado.

A performance desportiva dos humanos e a capacidade computacional das máquinas têm ajudado a humanidade a sonhar e a executar ao mesmo tempo. Não são assim tantas as áreas do conhecimento que permitem exemplificar, aprender, praticar, demonstrar, melhorar, re-aprender, optimizar, executar, analizar, melhorar, evoluir, re-aprender, desconstruir e voltar a analizar a performance, de uma forma rápida, muitas vezes em tempo real e com enorme eficácia.
Sou um apaixonado pelas diversas formas de aprendizagem enquanto humanos e fico fascinado com as soluções dos mais jovens. Aliás, lembram-se daquele concurso de TV em que havia duas equipas, uma de pais e outra de filhos a competir por respostas certas e rápidas acerca de vários temas? Não sei se alguém tem a estatística dos resultados deste concurso, mas arriscaria na esmagadora vitória dos mais jovens. A mim não me apanham nesses concuros… 🙂 Perder em directo com processadores muito mais rápidos do que o meu? Nem pensar.
No desporto a tecnologia tem ajudado muitíssimo o Atleta e o treinador. O Atleta a ter informação acerca de consumos :), processamento da máquina, análise física e de movimento, prevenção de lesões com base em estatística, treino físico e mental, monitorização da performance, monitorização do treino, testes físicos e cognitivos, etc.

Na tecnologia, o desporto tem ajudado através da investigação aplicada ao Atleta de Elite, os meios de diagnóstico na saúde e no desporto e o comportamento mais extremo dos atletas, ou até os amputados da guerra, têm sido laboratórios muito importantes para o desenvolvimento tecnológico. Na defesa norte americana, nasceu a internet, mas o desporto, o gaming, as apostas e o jogo, têm sido as faces mais visíveis daquilo que a tecnlogia vai fazendo e oferencendo aos humanos.
O Marketing e os media dos últimos 20 anos têm feito um trabalho de “brain wash” assustador. Tenho a sensação que passámos a confiar mais nas redes sociais do que nos nossos amigos de sempre, que compramos com os olhos e com os dedos, e não deixamos tempo para pensar um bocadinho acerca da necessidade da compra, que participamos numa conferência com gente inspiradora e mudamos de vida porque ficámos inspirados por 2 dias, sem percebermos que quem inspira passou a vida na transpiração e não na inspiração. Hoje, com o Marketing associado à venda de tecnologias, o cenário é bem pior e substancialmente mais agressivo.
Penso aliás que estamos todos a querer utilizar máquinas que pensam melhor do que nós em muitas matérias, sobretudo com informação estruturada que possa ser organizada numa base de dados, comigo muito incluído neste grupo de pessoas.
Contudo na atmosfera social a realidade supera a ficção científica de “Zuckerberg and Friends”. Apesar do sucesso pessoal e empresarial, metaverse e facebook é uma combinação perigosa que permite à rede, garantir uma depedência ainda maior dos seus utilizadores já ligeiramente viciados “by default…” Fica aqui o vídeo do Deus Zuckerberg que vende o Facebook a partir da investigação interna em metaverse. Até lhe chamam Mytaverse, “ganda style”. Esta tecnologia desafia a capacidade de interoperabilidade dos sistemas, e penso que será mais massificada a partir da experiência com “devices” e “wearables” e menos a partir de um link tipo facebook.com … Engraçado fazer parte da apresentação as palavras privacidade e segurança…

Esta conversa toda só para dizer, que me parece, com esta doença da transformação digital ser para todos (acho mesmo que não é), que estamos a falhar em olhar para as necessidades das pessoas, nos vários ambientes onde estas habitam. A precariedade social do trabalho aqui em Portugal tem tido muito pouca atenção dos responsáveis empresariais e políticos na forma como continuamos a (des)valorizar o nosso talento nacional
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