66- Vida Artificial – “Hello World”

Há ainda poucos portugueses a falar acerca de vida artificial. Duas referências que gostaria de vos apresentar são o Pedro Domingos, autor do Algoritmo Mestre, sendo referenciado internacionalmente por Bill Gates e tecnólogos reconhecidos, e o Vitor Santos, professor na IMS da Nova, PhD em ciências da computação. É o Vitor que me faz escrever este artigo, porque me convidou para coorientar uma tese de ML – Machine Learning aplicado ao Andebol… Recomendo para os curiosos e apaixonados pela matéria o podcast: Building the future e o curso AI fundamentals for Non-Data Scientists da coursera.

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“Hello World” é uma das expressões mais usadas em programação, em que um qualquer aprendiz, consegue escrever uma das funções mais simples para ver “impressas” no ecrán as mesmas letras que formam a expressão.

ML (Machine Learning) é o estudo de algoritmos computacionais que aprendem e melhoram através da sua própria experiência e da utilização de um crescente volume de dados.

Hoje, consigo motivar-me a escrever estas palavras, uma vez que:

  • Artificial Intelligence é uma área de estudo já antiga, mas que agora está na moda e faz sonhar muitas pessoas, académicos e empresas;
  • A maioria de algortimos ML de aplicação corrente em empresas (e fora das indústrias com experiência na utilização de ML) que estão atentas à sua política de gestão da informação, encontram-se no primeiro bloco da imagem abaixo e recorrem aos métodos de classificação e regressão lógica;
  • É expectável uma adopção crescente mas não massiva, dado os valores de investimento que requerem;
  • Os maiores repositórios de dados em Portugal, pertencem ao Estado, e não me parece que haja qualquer política para entender os comportamentos dos portugueses baseado em “big data”;
  • Em Portugal existe muito conhecimento disponível nesta matéria, mas pouco investimento dedicado ao mesmo, uma vez estes métodos podem evidenciar uma realidade dramática para pequenos grupos continuarem a controlar vantagens competitivas proprietárias e não sociais;
  • O tratamento eficaz dos dados, e que podem formar o “dataset” inicial, permite responder e entender uma realidade complexa de forma predictiva e com grande eficácia no output;
  • Cerca de 40% das Startups na Europa não utilizam algortimos de AI, quando na sua comunicação, anunciam exactamente a AI como vantagem competitiva: Ler
Wharton Online

A minha ambição mais particular é poder ver um dia o meu país a utilizar positivamente a quantidade massiva de dados que guarda da sua população, mais concretamente:

  • Utilizar os dados do e-factura para criação de incentivos sociais, ao nível da segurança social e impostos directos sobre o trabalho;
  • Utilizar os dados de cadastro do portal do cidadão, para entender o envelhecimento da população, utilizando os dados para criar melhores políticas sociais;
  • Utilizar os dados da AT que entendem, melhor do que ninguém a caracterização do consumo e da actividade económica do país, de forma estruturada e classificada, mas não analítica e visual, impossibilitando a incorporação de conhecimento preditivo para utilização directa do governo como um todo e justificando a alteração de políticas públicas… Actualmente o objectivo da AT reduz-se à cobrança de mais impostos, quando os cidadãos com situação laboral precária necessitam de formas de rendimento alternativo, normalmente não sujeitos a tributação ou segurança social…

É frustrante perceber 2 coisas:

  • Tal como eu, há pessoas com maior e melhor conhecimento desta matéria, preocupadas e com um olhar muito parecido;
  • O sistema político e decisório assumiu um “modus operandi” que bloqueia qualquer iniciativa social para trazer estes temas a público;
  • A comunicação social nacional responde ao “real-time”, e (também) por essa razão deixámos de investigar, de pensar, de exigir e de fazer perguntas incómodas;
  • Somos os melhores a falar e a queixarmo-nos e os piores a pensar colectivamente e a actuar socialmente em favor dos mais desfavorecidos.

Deixo-vos aqui a visão do Luís Rasquilha, muito parecida à minha, na relevância do tratamento de dados e na tendência crescente do uso das tecnologias para tomarmos melhores deciões.

Haverá alguém a ler que se queira juntar à Academia Futuro?

A Academia Futuro é um grupo de jovens que olha para o seu futuro de forma autodidata, orientando o seu caminho, conciliando os estudos com outras áreas de interesse. Visita a nossa recém criada página Reddit. Actualmente ainda utilzamos um grupo whastapp de pais e filhos, em que os pais publicam links e os filhos só consomem informação. A ideia da página Reddit é organizar as áreas de interesse em função daquilo que são actualmente as curiosidade destes “fórmula 1” do processamento humano, alguns deles com provas dadas muito acima da média em algumas matérias que viajam desde a Tecnologia até à Biologia, ao “trading”, ao “gaming” ou às finanças e à sociedade civil.

Outra das iniciativas que tenho trabalhado na MBU é a área de formação específica, na tentativa de formar mais jovens em Performance de Negócio, uma área que cada vez mais se “funde” com AI, uma vez que hoje, o gestor que não detenha informação fiável de gestão de forma analítica e visual à distância de um clic, pode e deve ter o seu posto de trabalho em causa e não saber. O acesso à informação tem ganho um peso e um preço na economia mundial demasiado elevados.

O vosso feedback é sempre bem-vindo.

Published by Ricardo A.

Business Performance and Sports Analytics

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